domingo, 3 de outubro de 2010

corpo longo

Na rua das sombras te procuro
entrecortada de luz que oscila
nas paredes frias de vão escuro
um gosto a sal, gesso, argila

Corpo longo deslizando duro
tocando luas em branca fila
suspensa do nada em mim seguro
pela névoa enlaço a nua vila

E nada alcanço, cortado o gesto
desencontrada de mim, serei um
corpo sem voz, sem nome algum

Sou no vazio da solidão um resto
de rua perdida de amor nenhum
e que sem querer se perdeu num.

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