quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

a inocência do medo

quando o medo me enfrentava o sono
e eu pequena me embalava
na solidão do ser
sem vestes ou subterfúgios
nem sentimento de gravidade
recolhia-me da robustez da noite
prenha mais de aranhas que de céu…
e sob o lençol bordado a paz
e rendas de luar
era eu, sem ser
forte e audaz!
eu, no ventre do Adamastor
que também chão
me labutava em receio e luz…

a madrugada era um navio
em viagem 3D
para a guerra do nunca
na lógica sem razão…

e bem fundo
adivinhava o estilhaço
dos meus joelhos trémulos
de inverno em solstício de breu…
e correndo, caía…
e voando, descia…
mas, importantes na ida
eram os meus sapatos….
sobre.
e as aranhas…
sob.
porque o retorno, esse…
eu sabia…
era sempre a noite posta
num beijo de mãe.
sonhado.

8 comentários:

  1. Excelente, Conceição, belíssimas palavras.
    Tenho no meu blog uma surpresa para ti. Vai até lá e aceita o desafio.
    Beijinhos
    Vóny Ferreira

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  2. Estimada Amiga e Ilustre Poetisa, este belo poema , maravilhosamente escrito, me diz algo, me revi no mar, passando pelo Cabo Bojador, revi essa passagem 500 anos depois de Vasco da Gama o cruzar, através deste lindo poema.
    Em Agosto de 1964 o cruzei.
    Meus sinceros parabéns.

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  3. Lindo, moderno, com (muitíssima) qualidade... Excelente!
    Gostei mesmo muito.
    Um grande beijinho!
    Diana.

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  4. O mundo adormece na cama do céu
    Enquanto permaneço acordado no teu roseiral…
    Vigilante no teu galante corpo, rosa sem véu
    Batem janelas inquietas, pétalas em temporal

    Neste momento,
    Desejo
    Um bom fim-de-semana
    Materializado em harmonia
    Com muita alegria…
    Um excelente CARNAVAL
    Com muito divertimento
    Desmascarando amor
    Com paz,
    Cheio de muita folia…

    O eterno abraço…

    -MANZAS-

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  5. Finalmente cheguei a ti! Ao teu cantinho azul.

    Lindo o teu poema. Sabes como sou fã da tua poesia!

    Beijo azul...Sempre!

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  6. Sublimes versos escapam das almas dos poetas
    Viajando até ao fundo dos céus como balões …
    Suspensos ficam no tecto brilhando poesias inquietas
    Reflectindo olhos orvalhados em prados de emoções

    Dedicado a todos
    Os poetas e poetisas
    Deste mundo,
    Os que já adormeceram,
    E aos outros
    Que ainda nem sono têm...

    Bem hajam!

    Uma boa sexta-feira e um melhor fim-de-semana…

    O eterno abraço…

    -MANZAS-

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  7. Vim finalmente ao seu espaço com mais tempo e atenção e gostei muito. Obrigada pela sua visita, volte sempre. A Toca está sempre aberta.

    Beijinho.

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