sábado, 12 de setembro de 2009

Estoy very baralhada

You show la nuit caliente
Dans un cálice of wine
The most é um beijo, sente
Comme le ciel is fine

Tu sabes, de mon soupire
Qui me leva hasta la lune
Pour toi grito, jumpe et tire
E all the time c’est chaud c’est lume

You my gars que eu amo fou
No no sense de l´âme in ice
Come on, viens, és tu partout
Qui me guette as gato and mice.

Quedate junto a mim
When I parle contigo d’ amor
Abraça-me o body and say sim
Your love is mine ici, ailleur

Don't say adiós, mon amour de morrer
Regarde, my confusion
Whitout you, puedo viver ?….

Selecção

Abro a porta ao irracional e sigo com o olhar a navalha de barbear. E ela dá meia volta e retalha-me o olho. Azar, com a dor levo a mão à retina tentando que não caia ao chão e descubro-a cheia de formigas. Estas ensaiam a dança do peixe-gato e decidem partilhar-se entre os meus pés de vento e o esqueleto do meu cavalo manco. Uma nuvem esguia passa em frente à Lua e recolhe as contradições das fases. É muito importante na vida ser-se casmurro, e quando se não consegue exprimir o que é devido, bata-se com a cabeça na parede até fazer sangue. A exaltação constante é um quadro de riso explosivo e espasmo. Basta uma testemunha, um leitor que regue a esquelética roseira. Junto a esta apenas o espectro de uma vaca fascina noite fora. Tudo é deterioração da natureza morta ao luar. É nesta que num passe se repousa a cabeça sobre a mesa, num truque para enganar os cães. É que estes sabem que o erotismo deve ser sempre feio, o estético divino e a morte bela.

O charro da fé

Que coisa, fumar Cartier, é como fumar relógios, e as horas arrastadas na ponta da língua.Isso é duro, mas engolir a língua ninguém quer, pois tudo sonha em passá-la na passa divina do prazer em acreditar. Cuidado com a cinza, que ela voa e faz concorrência aos tapetes cranianos puxados pelas mãos pequenas de fome do saber logo deglutido, e o tempo lá mede-se na proporção inversa ao tamanho das tripas. Quanto mais pode cagar, menos pode pensar. Para mostrar como é, vou aqui descascar os pensamentos de um cubista fiel à fé das pulgas e dos carrapatos. Eu. Esses bichinhos são como a lógica descomplicada da batata e sabem que Deus é Deus aqui ou em qualquer parte. Por isso estão em todo o lado, mas nem tudo comem. Só quem tiver duas pernas ou engolir Deus mesmo sem elas. Mas saber isso é um segredo muito bem guardado nas cavernas da ignorância mascavada da preguicite que nos transmitem todos os dias os machões, os cabrões, os glutões e os ladrões da verdade. Fazer de conta é uma hóstia em leilão e o móbil do crime é o descargo da consciência no charro da fé...

Concha

A vista da janela da sucata das ideias deslumbra no negativo sépia. Desmonto um cigarro na cor do sopro de mais uma passa na porta aberta do pensamento. No fim chego à câmara escura dos meus olhos e espreito a claridade do entendimento. É na amálgama das vidas insípidas que me vejo espanto. Eu, um reles ponteiro caído da memória de um quadro de Dali, persistente na moleza das horas. O tempo esbarrou redondo e partiu-se em espaços triangulares. Na pintura esbatida persigo o assassínio da arte primária no pegajento vício da mudança. É a angústia que me assoma na adulteração da matéria, em contraposição à dureza de um cheque engolido ainda no banco da avareza. Também eu quero a concha fortaleza onde guardar a moleza dos meus dias e entreter-me a pendurar fios de ovos do tecto sobre pratos imaginários no ocaso de um pincel. Talvez me ajude assim a mim mesma a desconstruir este caos onde me mutilo a preto e branco. Talvez assim eu fuja do meu detalhe e me incruste na paisagem sucateira...

O tempo pede

Basta-me
num pouco de mim
um pouco de ti.
Vivo nos teus olhos,
numa palavra tua.
O tempo se acaba
quando o amor se apronta
e o incerto desaba.
Aqui
no espanto de te querer
e te saber
toco o absoluto
do teu ser.
Mas
vivendo em mim
transbordas-me dos olhos
a cada instante
de ausência.
Presentes
somos
pranto adiado.
Mas amor,
sós,
nem sei porquê,
calamo-nos:
Que o tempo pede.