vejo ao longe
a tempestade que se vai
aos ombros do inverno
que a sacode num raio de sol
teimoso de primavera.
-gene-rosa-
em verde e cor.
volta sempre
retoma o seu lugar
e levanta dos escombros
as árvores tristes e nuas
na base do arco-íris
da dor.
é como uma saudade
com a força da fé
que salta dos longes
da inconsciência
e se faz
luz
-gira-sol-
num balancé
terça-feira, 24 de abril de 2012
semi.soneto
este amor estranho e indizível
- secreto, doido, tem por dentro harpas
de ternura em exagero mais abismos
a tanger-me o corpo com mil farpas
leva-me devagar em beijo e grito
tortura-me a vontade em fome insana
e rompe-me no peito um infinito.
- secreto, doido, tem por dentro harpas
de ternura em exagero mais abismos
a tanger-me o corpo com mil farpas
leva-me devagar em beijo e grito
tortura-me a vontade em fome insana
e rompe-me no peito um infinito.
chantagem
atiro mais uma pedra
no charco desta saudade
deflagro-me em fúsil
estouro a bandeira do tempo
desato a guilhotina
no pescoço desta noite
e desfaço em tiras meus dias.
(porque não estás)
afinal
sou eu a única baixa
desta guerra
onde todos nasceram mortos.
(porque não estás)
e tudo o que vejo
são coisas cegas
vazias e sem memória
de nada vale espremê-las
não cedem à chantagem do amor.
(porque não estás)
mas tu, aí do alto
que tudo vês que tudo sabes
e inventaste um relógio
só para mim
afaga o meu caos na ilicitude
das horas paradas a repetir-me
em chuva ácida.
diz-me outra vez
da culpa que não tens.
(silêncio)
no charco desta saudade
deflagro-me em fúsil
estouro a bandeira do tempo
desato a guilhotina
no pescoço desta noite
e desfaço em tiras meus dias.
(porque não estás)
afinal
sou eu a única baixa
desta guerra
onde todos nasceram mortos.
(porque não estás)
e tudo o que vejo
são coisas cegas
vazias e sem memória
de nada vale espremê-las
não cedem à chantagem do amor.
(porque não estás)
mas tu, aí do alto
que tudo vês que tudo sabes
e inventaste um relógio
só para mim
afaga o meu caos na ilicitude
das horas paradas a repetir-me
em chuva ácida.
diz-me outra vez
da culpa que não tens.
(silêncio)
estrelinha
com estrelas nos olhos
aconchego-te o corpo em segredo
enquanto tuas mãos desfolham noites
luas e escuridão.
levo-te contra vontade
sem que o saibas, pela mão
num esforço impossível
de parar o tempo
na calçada que é viver-te.
tempo que para ti não conta
nem se mede em horas
mas no tempo das marés
essas que te levam e trazem
ao aconchego da saudade.
doce tortura, num ápice
meus cabelos são mares
numa fábula de sim
nos sentidos mais que sê-los
só de olhares,
és tudo em mim…*.
aconchego-te o corpo em segredo
enquanto tuas mãos desfolham noites
luas e escuridão.
levo-te contra vontade
sem que o saibas, pela mão
num esforço impossível
de parar o tempo
na calçada que é viver-te.
tempo que para ti não conta
nem se mede em horas
mas no tempo das marés
essas que te levam e trazem
ao aconchego da saudade.
doce tortura, num ápice
meus cabelos são mares
numa fábula de sim
nos sentidos mais que sê-los
só de olhares,
és tudo em mim…*.
entre dois lábios
ainda que a palavra
seja o intervalo
entre dois lábios
e no ar
não haja sequer uma pena
lembra-te que ela voa
antes de ser dita,
é um parto sem dor
que chega
partindo-te
é pássaro por dentro
sorrindo-te
seja o intervalo
entre dois lábios
e no ar
não haja sequer uma pena
lembra-te que ela voa
antes de ser dita,
é um parto sem dor
que chega
partindo-te
é pássaro por dentro
sorrindo-te
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