atiro mais uma pedra
no charco desta saudade
deflagro-me em fúsil
estouro a bandeira do tempo
desato a guilhotina
no pescoço desta noite
e desfaço em tiras meus dias.
(porque não estás)
afinal
sou eu a única baixa
desta guerra
onde todos nasceram mortos.
(porque não estás)
e tudo o que vejo
são coisas cegas
vazias e sem memória
de nada vale espremê-las
não cedem à chantagem do amor.
(porque não estás)
mas tu, aí do alto
que tudo vês que tudo sabes
e inventaste um relógio
só para mim
afaga o meu caos na ilicitude
das horas paradas a repetir-me
em chuva ácida.
diz-me outra vez
da culpa que não tens.
(silêncio)
terça-feira, 24 de abril de 2012
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