esvaída em sangue, horrível sensação, de morte certa.
ali, o corpo todo, carne cortada, e mais, exposto o osso
da consciência, esfriam-se os membros, a boca aberta.
de lá a alma escapa, pouco a pouco, em grito grosso.
ergue-se, na tontura de partir-se, assim, quase desperta.
nos linhos duros, rubros, líquido fogo, no rosto o esboço
do que não é já. réstia de veia, um movimento que aperta
num nó de fome, sede, e sono fundo. no peito um fosso
onde o ar falha. no ventre os vermes, em solitária lida
vestem o veneno escuso desta vida. horrível sensação.
já não sente o andar e espalha, as vísceras pelo chão...
quem a cortou assim, com fina lâmina, em dor parida
quem lhe tirou assim, a frio, à luz do dia, em aflição
o coração? Foi o acaso que a matou na esquina solidão...
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário