terça-feira, 20 de janeiro de 2009
PASSOS
Queria sair de mim, e não me posso
Mordo-me de razão, de gesto agrume
Pois não se aparta assim a dor remorso
De não saber de ti amor queixume.
Queria ser menos eu e mais em ti
Saber-te todo aqui em concordata
Tacitamente impulso onde me vi
Nascer em novo grito ou acrobata…
Mas, perseguem-me loucos cães ferrados
Nestas canelas prenhas de longe além
E meus passos descaem descorados.
Sou só vontade a uivar pelos telhados
E se não sei de mim nem de ninguém
‘mor, tu não sabes nada de passados…
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Um soneto belíssimo, Conceição.
ResponderEliminarAs marcas de um amor traçadas aqui com grande talento e sensibilidade.
Parabéns e um grande abraço!
As imagens são poderosas! Passo...passados..cães ferrados nas canelas prenhas... É sublime!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarConceição... saibas que adorei o seu blog.
ResponderEliminarRepleto de encantos e muito amor!
Estarei sempre aqui apreciando as postagens!
Um beijo carinhoso
São... é impressionante a força que dás às palavras!.. O grito que nos atinge, fere por sangrar ainda, saído de ti. Não saber de nós em alguém, ou da razão dos outros em nós... ah, como dói!... (Moldar essa dor em versos perfeitos, amiga... é puro heroísmo de rara Poetisa!...)
ResponderEliminarAdorei chegar até aqui, adorei o laço de ouro que me atiraste... Beijo de grato carinho.